quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Acessibilidade nos bairros populares

Ao abordarmos a temática sobre da situação dos idosos em Salvador, não podemos subtrair um fator de extrema relevância, que é a questão da acessibilidade.


A cidade de Salvador é repleta bairros com inúmeras ladeiras e escadarias, sacrificando, muitas vezes, a rotina dos idosos, pela dificuldade de locomoção que muitos enfrentam, a exemplo do bairro Alto das Pombas (subdivisão da Federação).

Os entraves que alguns idosos encontram para sair de casa, geralmente segregam, não apenas pela questão do confinamento, que por si só já é algo nefasto, mas por afasta-los de atividades essências, como: atividades físicas, consultas médicas (o que, por sua vez, dificulta a prevenção e diagnóstico de doenças) e atividades corriqueiras - supermercado, farmácia, igreja, banco. Enfim, estimulantes da qualidade de vida. Essas questões os torna, cada vez mais, dependentes, deprimidos, debilitados e oprimidos.

Voltando ao popular bairro Alto das Pombas, localizado no centro de Salvador, temos uma situação bastante complicada. O bairro é formado predominantemente por aglomerados de casas, que ficam em becos com muitas escadarias. Nessas descidas não existem rampas de acesso para cadeirantes, corrimões, nem nada que lembre acessibilidade. Os moradores idosos ou deficientes físicos desses becos acabam ficando confinados em suas residências, por não conseguirem subir as escadarias para ter acesso à rua principal.

Quando a necessidade de sair se torna de extrema relevância, são obrigados a passar pelo constrangimento de subir as escadarias carregados por parentes ou amigos. Em se tratando de idosos ou deficientes com problemas de obesidade, o constrangimento é ainda maior, pois se faz necessário reunir várias pessoas para carrega-los. E ainda, o risco de queda é elevado.

“Os ambientes devem ser planejados para promover e encorajar a independência e a autonomia, de forma que uma boa qualidade de vida possa ser proporcionada a todos os indivíduos” (PERRACINI, M in Freitas 2002).

As pessoas idosas que moram em locais como o descrito, acabam por naturalizar essa situação de descaso e acreditam que a única solução para se livrarem deste problema seria mudando de localização. Entretanto, sem condições financeiras para mudar de moradia e sem conhecimento sobre os direitos assegurados pelo Estatuto do Idoso, essas pessoas acabam passando a vida condenadas a uma espécie de prisão domiciliar ,sem ter cometido delito algum que justifique tamanha pena.

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