quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Considerações finais

Apesar de percebermos que no Brasil já existe um movimento e uma conscientização dos idosos em busca do respeito aos seus direitos e valores, em Salvador a realidade é bem diferente. Apenas uma minoria é esclarecida e consegue um envelhecimento ativo e independente, o restante é desrespeitado, explorado e excluído.

O envelhecimento é um processo natural, assim considerá-lo como um problema social, configura um profundo desrespeito. Desse modo, tratar o envelhecimento como um problema social é um profundo desrespeito com aqueles que construíram e sustentaram uma sociedade, com seu trabalho, poder de decisão e autonomia.

Segundo o filósofo inglês e ideólogo do liberalismo, John Locke, o indivíduo precede o Estado e o governo é para os indivíduos. Dessa forma, o Estado deve assegurar a aplicabilidade de leis e normas voltadas para o idoso, a exemplo do Estatuto do Idoso.

Os idosos não devem ser colocados à margem da sociedade capitalista de consumo, como se fossem inúteis. Lutamos tanto para que fossemos reconhecidamente sujeitos de diretos, como cidadãos e como homens, como regredir nesse ponto? Os idosos têm muito a contribuir para o desenvolvimento da sociedade, com sua bagagem e experiência.

Segundo Liszt Vieira, em sua obra “Cidadania e Globalização”, “as principais correntes do pensamento político contemporâneo conferem centralidade ao papel do direito e da cidadania na construção de um Estado democrático”. Sendo a cidadania alicerce da democracia, o respeito ao idoso é um direito fundamental. “Uma sociedade democrática não cessa de trabalhar suas divisões e diferenças internas,”, conclui Liszt.

Para Norberto Bobbio, filósofo político, historiador do pensamento político e senador vitalício italiano, “em nenhum país do mundo o método democrático pode perdurar sem tornar-se um costume”, logo, cabe superar o atraso cultural de considerar os velhos como um “peso social”. Discriminar o idoso, praticar ou se omitir diante de qualquer forma de violência explícita ou oculta contra eles é um ato fascista, como afirma Umberto Eco, em “Cinco escritos morais”, quando afirma “o fascismo ainda está ao nosso redor, às vezes em trajes civis”.

A nossa sociedade (que nada mais é do que o somatório de cada um de nós) deve valorizar a mentalidade voltada para a VIDA, que permita ao idoso ter prazer e alegria em viver, pois a velhice é apenas uma etapa da vida e merece ser vivida com dignidade.

Essa indignação moveu os esforços da pesquisa desse grupo de acadêmicos, que teve acesso a leis e normas que regularizam políticas voltadas para os idosos e desejou publicizar esse conhecimento, visando disseminar os direitos dos idosos, normas assecuratórias e estimular o sentimento de autoestima e valor.

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