Formas de Inclusão

Projetos e cursos

Segundo a práxis filosófica socrática, somente através da educação o homem pode se tornar moralizado, desse modo, estimular os idosos a iniciarem e/ou continuarem os estudos é um importante passo para a plena cidadania e ética, em prol do envelhecimento saudável.

Através da educação, os idosos podem refletir sobre as questões do envelhecimento, da autonomia e independência, resgate da dignidade e conscientização dos seus direitos. Atualmente, em Salvador, diversas universidades e instituições promovem espaços como estes, a saber: o Projeto Envelhecimento Saudável: UCSal Presente (PES), da Universidade Católica do Salvador (UCSal), com atividades em quatro áreas e nove disciplinas, que contemplam oficinas, atividades educativas, atividades de integração (Momentos Interativos) e de valorização social; a Faculdade da Felicidade, voltada para a Terceira Idade, que promove cursos, atividades, reuniões e palestras; a Universidade Aberta à Terceira Idade, da Universidade do Estado da Bahia (UNEB); os Encontros de Grupos da 3ª Idade de Salvador, promovidos Serviço Social do Comércio (Sesc); a Escola de Postura para Terceira Idade, da APAE Salvador, entre outras.

Segundo a professora, gerontóloga e diretora da Faculdade da Felicidade, Lucinha Palmeira, "o objetivo do projeto consiste em motivar iniciativas que resgatem o sentido de utilidade , quer no plano orgânico quer no espiritual, contribuindo para uma melhor qualidade de vida para os idosos".

Grupos sociais

O indivíduo, por natureza, é um ser gregário. O idoso, muitas vezes, não encontra na família convívio saudável e espaço para o seu crescimento psicológico, existencial e moral. Então a convivência com outros idosos pode ser uma importante ferramenta para a socialização, o “pensar” (assim como o pensamento de Platão), o fazer, trocar e aprender. Pode proporcionar um estímulo social para o exercício da memória, autoestima, reflexão filosófica, moral e elevação.

O contato social é imprescindível para a saúde mental. Assim como o sistema filosófico do sociólogo e filósofo alemão, Jürgen Habermas, que se baseava na Teoria da Ação Comunicativa, o diálogo e o convívio em sociedade são fundamentais para o bem estar dos idosos. Para Umberto Eco, inclusive, “a ética só adquire significação quando percebemos o outro”.

Enfim, diversas são as formas de inclusão para os idosos, basta que a sociedade reconheça e invista em políticas públicas voltadas para eles. Não podemos retroceder à época da Antiguidade, onde o “homem era um ser sem diretos”, como afirma Marilena Chaui, em sua obra “Convite à Filosofia”.